terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Calcinha Nova

Dia 30 de Dezembro de 2010
Lista do que preparar para a Virada:
- Uvas - OK
- Lentilha - OK
- Romã - OK (depois daquela briga com a senhora do carrinho que queria comprar a última no supermercado)
- Folha de Louro - OK
- Leitoa para a ceia na casa de praia da Cidinha - OK
- Champagne - OK
- Barquinho com oferendas para Iemanjá - Buscar amanhã às 7
- Roupa do Ricardo - OK
- Malas para a viagem - OK
- Carteira nova - OK (presente do Ric no Natal, chiquérrima!)
- Lista de promessas (promessas não, pretensões) pro Novo ano - OK (dessa vez eu cumpro!)
- Minha roupa da virada - quase...

Falta a calcinha nova. E agora, isso é importante, muitíssimo importante! Isso pode influenciar muito a minha vida nesse ano fresquinho que chega...
Já sei, amarelo! Dizem que dinheiro não trás felicidade, mas que ajuda, ahhhhh como ajuda! Mas, pensando bem, já tive que trocar de carteira para que nessa caiba as sementes de romã, de uva, as folhas de louro e a lentilha. Tudo isso pra não faltar grana esse ano, então acho que com a calcinha posso me focar em pedir outras coisas. É, isso, amarelo não.
Qual cor então? Vermelho! Isso, paixão nunca é demais! Eu sei que o Ric é supeeeer apaixonado por mim, mas não adianta reforçar, não é? Mas... Pesando bem... Melhor que uma paixão é um amor! Pronto, decidido, rosa! Mas... Se ele diz todos os dias que me ama, será que eu preciso pedir isso? Não quero que ninguém me ame porque usei uma calcinha rosa na virada do ano, e sim porque ama. Melhor não usar rosa.
Qual cor? Hummm o que eu preciso? Branco é paz, isso não seria uma má ideia, mas a roupa já é branca. Verde significa esperança, mas esperança para que? Não, não fico bem usando verde.
Azul! Isso, azul!!! Azul é energia, vibração!!! É exatamente isso que eu preciso. Todos os anos eu sempre prometo na virada que vou deixar a preguiça de lado e começar a malhar todos os dias. A preguiça e a gula, eita pecadinhos safados esses. Primeiro mês vai que vai uma beleza, depois... Bom, depois é depois. Os outros anos são passado, esse ano, com essa calcinha azul cheia de vibração e energia positiva nenhuma delas vai passar nem perto de mim!

Dia 31 de Dezembro de 2010 - Momentos antes da virada.

Querido diário, é isso, daqui a algumas horas chega o novo ano. Até aqui tudo perfeito! Consegui comprar tudo, não faltou nada. E ainda por cima vou arrasar com essa roupa! As meninas vão morrerrrrr de inveja! E o Ric então, vai me amar pro resto da vida! Isso antes mesmo dele ver a lingerie azul ma ra vi lho sa que eu comprei. Não vejo a hora de estreiar! Azul, a escolha ideal, e o modelo então... hummmm Bom, preciso ir, logo tá na hora de estourar os fogos. Só não posso esquecer de pegar um pedaço daquela leitoa com muita pururuca para levar de volta amanhã, ela esquentadinha no forno é uma delicia no outro dia. Não posso deixar ninguém ver, não quero que pensem que sou mão de vaca. Ai, outra coisa, preciso lembrar de cortar a etiqueta dessa calcinha, tá me incomodando pra xuxu, como uma coisa tão pequena pode irritar tanto? Sorte sua que é um diário e não usa calcinha. Eu sempre esqueço de cortar a etiqueta das minhas, dá tanto trabalho pegar a tesoura... Ah, deixa isso pra lá! Ano que vem eu corto...




domingo, 3 de outubro de 2010

Para Voínha


"JUNTO À MINHA RUA HAVIA UM BOSQUE, QUE UM MURO ALTO PROIBIA. LÁ TODO BALÃO CAIA, TODA MAÇA NASCIA E O DONO DO BOSQUE NEM VIA. A FELICIDADE MORAVA TÃO VIZINHA, QUE DE TUA ATÉ PENSEI QUE FOSSE MINHA. EIS QUE CHEGA A RODA VIVA E CARREGA A FELICIDADE PRA LÁ. SIM, VAI E DIZ, DIZ ASSIM, QUE EU CHOREI, QUE EU SOFRI. QUE EU QUERIA SER UM TIPO DE COMPOSITOR, CAPAZ DE CANTAR ESSE AMOR. COM TANTAS PALAVRAS, QUE EU CONHECIA, SÓ POR OUVIR FALAR. DIZ QUE EU TINHA MÃOS DE JARDINEIRO, QUANDO TRATAVA DE AMOR. MAS HOJE EU SONHEI CONTIGO. SONHEI QUE O FOGO GELOU, SONHEI QUE A NEVE ARDIA, SONHEI QUE... E SE DERREPENTE, A GENTE NÃO SENTISSE A DOR QUE A GENTE FINGE QUE SENTE. NÃO SE AFOBE NÃO, QUE NADA É PRA JÁ. CANTA, CANTA UMA ESPERANÇA, CANTA, CANTA UMA ALEGRIA. JÁ QUE SEMPRE RODA MUNDO, RODA GIGANTE, RODA MOINHO, RODA PEÃO. O TEMPO RODOU NUM INSTANTE, NAS VOLTAS DO MEU CORAÇÃO."

Voínha, eu pensei muito no que eu poderia dizê-la hoje, um dia tão importante em tantos sentidos. Será hoje, no dia em que a senhora completa 70 anos, elegeremos a primeira mulher para presidente do país? Encaro essa "coincidência" como uma homenagem à alguem que fez tanto pela política e pela democracia do nosso país.
Diante desses fatos extraordinários, não poderia encontrar no mundo palavras minhas que pudessem descrever tais acontecimentos. Por isso, recorri ao querido Chico. Quem melhor para dizer-lhe o que eu gostaria, que o autor da trilha sonora da sua vida.
Bom é isso, mesmo longe, essa foi a forma que eu encontrei para falar PARABÉNS!!! QUE ESSA RODA VIDA CONTINUE A GIRAR POR MUITOS ANOS.

Saudades!!! Beijos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Olhar, Ouvir e Escrever

Assim começou esse post...

!!!Angelinha!!! Liberté diz:
*a então
*eu to aprendendo uma coisa
*lembra do roberto cardoso de oliveira
*olhar, ouvir e escrever
*tenho a impressão que com muita calma e cautela é isso que devemos fazer sempre
*e quando falar pensar muito bem antes
*e mostrar nossas idéias nem sempre é tão necessário quanto pensamos
*mas que no momento certo, com as atitudes certas e com as palavras certas
*a gnt pode até conseguir depois de muito sacrifício mudar algo
Lígia... http://cotidianoexcepcional.blogspot.com/2010/09/coisas-que-so-se-pode-imaginar-aqui.html diz:
*que lindo isso que vc escreveu amiga! E sabe, pensando bem... É só o que eu tenho feito aqui...


Ontem eu fui a um festival chamado Festa do Outono, é uma festa típica. Não diria típica daqui, mas sim típica de quase qualquer lugar do mundo. Pois esta, como todas as outras, tem música local, comidas e danças locais. Famílias, no mais amplo sentido que a palavra possa ter, reunidas em um dia extraordinário, onde os problemas são deixados de lado e o que vale é aquele sentimento de união, de pertencimento.
Pertencimento, essa palavra existe? Bom, não sei. Só sei que foi nela que pensei ontem o dia todo durante o festival. Pensava nela e me perguntava o que eu fazia ali. Era claro que eu não pertencia àquele lugar. Claro para mim, não para os outros, que nem ao menos se deram conta da minha presença (todos, menos o menininho que me pediu pipoca, ele realmente notou a minha presença, ou terá sido a presença da pipoca?), para eles o que era importante era aquele momento entre os seus, não os outros.
Foi um sentimento engraçado. Eu sabia que não fazia parte de nada daquilo, mas alguma coisa me reconfortava. Alguma coisa, no meio daquelas pessoas, daquelas barracas, daquelas músicas e cheiros, me lembrava a Festa Uai e me fazia pensar que estava tudo bem. Que eu não estava invadindo o espaço de ninguém, que um pouquinho daquilo podia ser meu também. E isso me fez ficar até o finzinho da festa, roubando um pedacinho do que é deles.
Acho que era sobre isso que a MS (Angelinha pros menos íntimos) estava falando. Penso que é isso que nós, Cientistas Sociais aprendemos a fazer durante os quatro anos de graduação e que, sem percebermos, acabamos trazendo para nossa vida. Aprendemos a OLHAR, OUVIR e ESCREVER. E acabamos por fazer isso o tempo todo...
Só que, em algum momento desse processo, fazemos o que eu fiz lá no festival. Nos tornamos íntimos daquilo que observamos e ouvimos. Passamos a fazer parte. Isso é certo? Não deveríamos pedir permissão? Sinceramente não sei. O que eu sei é que acaba por tornar-se um processo natural. E, quanto mais convidativo e estranho é o mundo que está à nossa volta, mais esse processo se aflora.
Aqui a sensação que eu tenho é essa. a de que estou constantemente Olhando, Ouvindo e correndo para escrever. Para registrar. Acho que ultimamente essa tem sido a única forma de eu expressar meus sentimentos. De realmente "mostrar" o que penso, o que essa minha cabeça maluca processa. Já que, como disse sabiamente a MS, aqui, mais do que nunca, falar é algo que demanda um exercício de reflexão enorme. Parece que estamos sempre "a pisaire em ovas"!
Isso é bom! Pode parecer que não, mas dizem que saber ouvir é sempre melhor que falar...


PS: Depois posto as fotos...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"COISAS" que só se pode "IMAGINAR" aqui!!!

THE BEATLES!!!

NO COMENTS

NOTA RÁPIDA 1: AS CHAVES SÃO PARA AQUELES QUE TEM O INTESTINO PRESO.
NOTA RÁPIDA 2: DESCULPEM PELA PIADA "A LA CAIO"!!!
REPAREM NOS PREÇOS... ESSES SÃO OS MAIS CAROS!!!

SEXSHOP 68+1. SE ALGUÉM TIVER UM EXEMPLAR DO KAMA SUTRA, PODERIA ME DIZER QUE POSIÇÃO É ESSA??? HUAHUAHUAHUA SÓ PRA CONSTAR, ESSA MEIA MÁQUINA AI DO LADO FUNCIONA ASSIM, VOCÊ COLOCA UMA MOEDA DE DOIS EUROS E GANHA UMA BOLINHA, DENTRO DA BOLINHA VEM UMA CAMISINHA = DUREX AQUI MAIS UMA CALCINHA, OU MELHOR, UMA MICRO CALCINHA. E, ANTES QUE PENSEM BESTEIRA, A AQUISIÇÃO DA BOLINHA FOI MERAMENTE POR CUIRIOSIDADE EMPÍRICA!!!
INSTRUÇÃO DE COMO USAR O CANUDINHA = PALHINHA... DESCULPE SE EXISTE AI, MAS FOI A PRIMEIRA VEZ QUE VI...
CARAS DE BACALHAU = CABEÇA DE BACALHAU!!! ELAS EXISTEM, O MITO FOI QUEBRADO!!! MAS O QUE ME INTRIGA, REALMENTE, É O FATO DELES REALMENTE AS COMEREM...
ESSAS EU NÃO SEI SE SÃO DE BACALHAU, MAS SIM, ELES TAMBÉM AS COMEM!!!

ESSA EU TENHO CERTEZA QUE COMEU ESSAS CABEÇAS ESTRANHAS AI DE CIMA NESSE BAR AI DE BAIXO!!! O BAR DA LARICA... NÃO PRECISO NEM FALAR O QUE A LEVOU À ISSO NÉ?! TÁ BOM, TÁ BOM... EU FALO. AHHH... MELHOR DEIXAR QUIETO! ;-)
CAFETERIA LARICA... NEM UM POUCO SUGESTIVO... SÓ PRA CONSTAR, ELA FICA AO LADO DA PRAÇA DOS BÊBADOS. LIMITAREI A ESSE O MEU COMENTÁRIO.


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Helo, stranger...

Esta é Ana. Todos os dias ela trabalha na terceira livraria mais bonita do mundo. Todos os dias ela passa horas limpando cada estante, cada cantinho com tal zelo e encanto, como se fizesse todos os dias pela primeira vez. Mas, talvez, pelos tantos anos acumulados, isso seja difícil de perceber. Talvez as rugas e marcas, as costas arqueadas, pés e mãos cansados camuflem a verdade. A história de Ana poderia ser uma história comum, porém, como ter uma história comum trabalhando na terceira livraria mais bonita do mundo? Se trabalhasse numa livraria qualquer, quem sabe...
Diz-se que chega a ser uma afronta escrever esta história aqui, visto que, mesmo trabalhando na terceira livraria mais bonita do mundo, Ana nunca aprendeu a ler. Portanto, não poderia lê-la. Não que não quisesse, nem que não tenha tido oportunidade, só não achou necessário. Achava que era um esforço desnecessário. Pois, para ela, o encanto das histórias está na transformação que sofrem ao passar de uma boca para outra. Na sua, diz ela, dinâmica, é isso mesmo, dinâmica. Ana gosta dessa palavra. Para ela tudo deve ser dinâmico, ter movimento. Afinal, parados não saímos do lugar. E com os livros, as palavras, é a mesma coisa... Quando você coloca as palavras num papel está engessando-as. Ou, nas palavras de Ana, deixando-as estáticas, Ana também gosta dessa palavra. Quem sabe até mesmo matando-as. E quem quer isso? Quem quer matar uma linda história de amor? Não é. Uma história num livro, diz Ana, está perdida e seus personagens fadados a ter sempre o mesmo destino. Diferente de quando estão a passar de uma boca para a outra. Pois ai ganham novos fatos, novas cores. Perguntam-a se assim as histórias não ficam a transformar-se demais, perdendo-se até. Ela se ofende com tal calúnia, dizendo que a alma da história sempre permanece. O que acontece é que ela ganha um frescor novo.
Deves estar se perguntando porque é que Ana deu-se a trabalhar num lugar tão sem sentido, pelo menos para ela, como a terceira livraria mais bonita do mundo. Pois bem. Aconteceu mais ou menos assim. Digo mais ou menos para não, como é mesmo? Ah sim, para não fazer da história estática, deixando por conta de cada um imaginar os detalhes de tal caminhada.
Ana nasceu numa cidadezinha, quase uma vila. Seu pai era dono da venda local e, desde cedo, colocou Ana e seus irmãos para trabalharem junto dele. Mas logo surgiram os problemas, pois Ana passava o dia a inventar histórias e contá-las para os fregueses. Só que as histórias de Ana não eram histórias quaisquer. Não. Aos poucos descobriu-se que ela baseava todas na vida dos moradores locais, em segredos que esses teimavam em acreditar que eram segredos. Entretanto que, na verdade, como qualquer segredo andavam pelos cantos escuros, pelas conversas rápidas de esquina, pelas mesas e garrafas vazias. Até irem parar nas inocentes histórias da doce Ana.
Podem imaginar a confusão quando revelou-se esses não mais segredos. E também está claro que, como em qualquer história, a culpada por todo forfé foi a contadora de histórias, ou melhor, contadora de segredos, então com seus 13 anos.
Sem pestanejar, os zelosos pais escorraçaram-na de casa. Mandando-a para a cidade grande mais próxima, aos cuidados de uma parente distante que necessitava de alguém a faxinar sua pequena pensão, em troca de uma cama e um pouco de comida. E lá se foi Ana.
Acredito que não seja surpresa para ninguém que, poucos anos depois, tudo tenha se sucedido como da primeira vez. Afinal, Ana era uma contadora de segredos nata. E que, dessa vez lá foi Ana, batendo de porta em porta à procura de emprego, asilo e comida.
E os encontrou. À porta de uma gentil família chamada Lello. Que ofereceu-a um trabalho de faxineira na sua humilde livraria. Deixariam-na dormir em um quartinho dos fundos e lhe pagariam um ordenado pelo seu trabalho a limpar as estantes, chão, mesas e tudo mais.
Ana, até entrar pela primeira vez no seu novo local de trabalho, não sabia o que era uma livraria. E, imaginem, se puderem, quão grande foi seu espanto ao perceber que se tratava de um cemitério de histórias. Pensou ela naquele momento ser o lugar perfeito. Pois, existiria melhor lugar para uma contadora de segredos que não mais podia contá-los, que um cemitério de palavras. Sabia ela então, que ali, todas as histórias e seus segredos que se formavam diariamente na sua perdida imaginação, seriam já enterradas, e seguramente guardados. Não mais causando transtornos aos seus donos. Diante disso, ela sorriu. Pois, quase que instantâneamente uma outra ideia nasceu na sua mente, e essa era a mais dinâmica de todas as ideias.
Ali, ao olhar o sol nascer e passar por entra as vidraças, iluminando todos aqueles livros, Ana teve uma certeza. A certeza de que havia um céu, isso mesmo, um céu de histórias. Um céu para onde iriam todas as suas histórias natimortas. Onde elas, ao contrário das que foram enterradas nos livros e daqueles que são enterrados sob a terra sem acreditarem que existe uma nova vida após a morte, seriam enfim eternas e livres em sua essência.
E assim é, desde então, a vida de Ana. Dia após dia, enquanto os turistas que vem das mais distintas partes do mundo estão a maravilhar-se com a terceira livraria mais bonita de todo mundo, cegos ao ponto de não notar a sutil presença de Ana. Que, sem que ninguém saiba ou sequer perceba, ela está a todo momento eternizando-os. Fazendo brotar em sua mente histórias com os segredos de cada um e quase que instantâneamente enterrando-as.
Para Ana, assim como para a Raposa do Pequeno Príncipe, ainda que em âmbitoa diferentes, "o essencial é invisível aos olhos".

PS: Espero que essa história passe por muitas bocas, para que possamos eternizar os segredos de Ana assim como ela faz com tantos...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Procura-te

Eu nunca gostei muito de filmes românticos, sempre tive a sensação de que todos acabavam da mesma forma. Sendo assim, para que assistí-los? Mas teve um que me conquistou: "Sabrina", o filme preferido da minha mãe. Não que ele tenha um final diferente dos outros (desculpem pelo spoiler), só que conseguiu me fazer refletir sobre algumas cenas.
Numa delas, Sabrina (Julia Ormond) está conversando com Linus (Harrison Ford) e diz ter "se encontrado" durante o tempo que passou em Paris. Ele ri dela, dizendo que ela estava perdida, por isso teve de se encontrar. Ela acaba não retrucando, apesar de ser nítida a diferença entre o pré e o pós Paris.
Ontem estavamos em 9 aqui em casa (eu, as meninas e os vizinhos), todos tão diferentes, porém tão iguais diante de um lugar que chega a ser esdrúxulo. Chega a ser bizarro. Vocês que me conhecem sabem da minha dificuldade em me relacionar com mulheres, visto o fato da grande maioria dos meus amigos ser homem. Agora imaginem eu morando com mais 6 gurias. Eu sinceramente não podia nem cogitar. Mas, todas as vezes que começo a achar que não vai dar certo, vejo uma coisa mais esquisita que eu morando com 6 mulheres. Não conseguem pensar em nada? Pois bem. Mesa de sinuca sem caçapa, freezer na parte de baixo da geladeira, chão de banheiro onde não se pode jogar água (idem cozinha), copo com instrução de como se usa o canudo (McDonalds, depois coloco a foto), rua sem calçada, caipirinha sem limão... E por ai vai...
É... Isso foi pra dizer que, no final, estamos todos aqui no mesmo barco, fazendo o caminho inverso dos nossos antepassados, dessa vez em direção à terras lusitanas. Mas, quiçá, com os mesmos propósitos deles, da Sabrina e de tando outros.... Como diria meu querido Saramago, saindo da Ilha à procura da Ilha, saindo em busca do desconhecido, à procura de nós mesmos. Ou, em palavras portuguesas, à procura de sí mesmo.
Afinal, "É preciso sair da Ilha para ver a Ilha"!!!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tens tripa ou bacalhau? Não, então quero uns Pasteizinhos de Belém!

Quando soube que tinha passado no mestrado, algo realmente inesperado, comecei a procurar algumas informações sobre Porto. A que me chamou mais atenção foi sobre alimentação, mais exactamente onde estava escrito pratos típicos, no site da UP: TRIPA DE CABRA E BACALHAU!!! Não preciso nem comentar, certo... Pois bem, me disseram, os mais optimistas, que estes eram apenas os pratos típicos, que normalmente eles deviam comer outras coisas... O que posso dizer, AHHH NÃO! Não, realmente isso é o que eles mais comem aqui!!! E, consequentemente o que vende no supermercado, mas vá lá...
Ontem, depois de 3 dias, criei coragem (calma, não comi tripa, não cheguei no último chefão ainda), e fui fazer compras, estava cansando de comer o macarrão com azeite e cani que comprei na vendinha aqui do lado (Caio, essa foi pra você!!!).
A experiência foi a seguinte: o supermercado fica a uns 3 quarteirões daqui de casa, e chama-se Mini Preço. Lá, quase tudo o que vende é de marca própria, "Dia", e quando digo TUDO é TUDO mesmo, desde a escova de dentes até o salmão. Continuando, fiquei realmente espantada com os preços!!! Tudo custa cêntimos (depois coloco a lista para vocês verem), realmente muito barato, até mesmo uma garrafa de Vinho do Porto que ai custá mais de 100 reais, aqui custa 4,5 euros (10,80 reais)!!! Ou melhor, nem tudo, uma bandeijinha com 100 gramas de carne moída de segunda custa 5, isso mesmo cinco euros!!! Uma caixinha de leite condensado 6 euros!!! (pra saber o preço em reais é só multiplicar por 2,5). Absurdo total! Mas tá valendo.
Fiz as minhas comprinhas, até parar na sessão carne, aquele monte de tripa, de peixe com nome estranho e de congelados. Olhei pra caixinha de hamburguer, 6 euros por 8 unidades, sem chance... Só sei que no final comprei uma caixinha de filé de Merlusa acho (Pai, cadê você pra me ajudar a saber qual peixe é e como cozinhar???) e mais duas, uma de risoles de carne (que comi e é meio estranho, é com carne de panela) e outra de risoles de camarão. Todos para assar no forno. E fui embora, ainda com a sensação de que iria sonhar à noite que estava sendo atacada por bacalhaus com cabeça e tripas...
Eu queria ter tirado fotos, mas, como não sabia se poderia, não arrisquei. Assim que for a um supermercado maior, posto fotos aqui.
Já hoje fui na padaria que tem aqui na esquina de casa (já contei que tem duas aqui perto?) e comprei 3 (foto) pasteizinhos de Belém, resolvi experimentar. São realmente bons, mas normais, aquele creme de sonho, dentro de uma massa folhada... Sei la!
Espero que esteja saciado a curiosidade de vocês ai, tanto quanto a minha fome aqui! Mas não da mesma forma, porque aqui, só de pensar nas tripas fico sem apetite...
PS: Ah Tio Arthur, aqui também temos milanesas! huauhauha

Diga-me de onde és que eu provavelmente não entenderei o que falas!

É impressionante o que a bebida faz com o sujeito. Isso me fez criar uma teoria, uma esdrúxula teoria (mãe, voínha... não queiram me esganar, por favor!). Mas cheguei a conclusão de que aquela música do Chico "O Que Será" deveria ter seu nome mudado para "Por que será" e ficar mais ou menos assim:

"Por que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Por que será, que será?
Que não tem certeza nem nunca terá
Que não tem conserto nem nunca terá
Que não tem tamanho..."

E a conclusão que chego à essa perguntá é: É O ALCOOL!!! Afirmo isto porque é bizarro o que as pessoas passam a fazer depois de consumí-lo. Aqui em Porto tem uma praça que se chama Praça dos Bêbados (prometo colocar fotos depois). Ela fica próxima ao point dos bares, no Bar do Piolho. Dizem que o objetivo dela é o de servir de casa aos bêbados que se perdem ao sair dos bares e buscam um banco ou uma grama fofinha para repousar e ter seus lindos sonhos antes de estar em condições de retornar para casa. Porém, o fundamento da minha teoria não é a Praça, ou pelo menos, não somente ela. E sim uma situação pela qual passei por esses dias.
Combinamos (eu, as gurias aqui de casa e mais um guri) de ir ao tal Piolho. A conversa nossa com o guri foi através de um grupo do msn (para os que não sabem, é como um chat, mas onde só entram pessoas convidadas com um objetivo em comum, no caso, membros da comunidade universitária brasileira em Porto), e a conversa ficou registrada na sala do grupo para que aqueles que quisessem interagir fossem também para lá.
E assim fomos nós três (eu, Ana e Ca) pegar o autobus até o Piolho. Ao entrarmos no autobus (que custa 1 euro e 50 cêntimos para os que não têm o passe do andante, 1 euro para os que têm e nada para os estudantes com cartão), a Ana já me puxou para o fundo e disse para nos sentarmos lá pois tinha um cara estanho na frente segurando uma garrafa de vinho. Tudo bem então, lá fomos nós nos sentar. Conversa vai, conversa vem, o tal estranho vira e nos pergunta: "São brasileiras?". Nós percebemos que ele era brasileiro também, mas esperamos para ver se ele continuava a falar, então ele nos disse que viu a conversa no grupo do msn e que também estava indo para o piolho! Mundo realmente pequeno não! Explicou também o porque da garrafa de vinho: aqui é permitido você comprar bebida no supermercado e ir beber no bar (o que sai bem mais barato), desde que também consuma algo por lá. Bom, nos apresentamos, o estranho chama-se Lucas (mais um né!), também é mineiro de Ouro Preto e cursa geologia e engenharia de minas aqui, muito fish.
Chegamos ao Piolho e nos encontramos com o Ítalo, o guri que citei antes, de Santa Maria - RS - e mais alguns amigos dele, também hospedados num Hostel. Um da Eslováquia, uma australiana e outro de Londres. No meio do grupo tinha também dois portugueses. Já viram a confusão não é!
No início todos conversando tranquilamente, tentando se entender. Entretanto, conforme o alcool ia chegando (1 euro por copo de 500ml para os brasileiros e 2,5 euros por copo de 200ml de caipirinha, só com suco de limão de caixinha, para os demais), todos já estavam falando todas as línguas. Os estrangeiros falando português, os portugueses o brasileiro e nós brasileiros as outras!!!
Só sei que, quando percebemos, já tinha chegado um grupo de portugueses com um cavaquinho, o eslovaco (acho que é isso), arrumou um lugar pra batucar e estavam todos a tocar pagode e o rebolation... Juro que pensei que estava diante do fim do mundo, mas tudo bem, eu sobrevivi!
O final já sabem. Ou melhor, não têm nem ideia! Na volta de autobus encontramos um outro grupo de portugueses que tentaram nos convencer de que eram brasileiros, até que nos perguntaram o que era uma alchova, ou, na realidade, uma anchova, pois tinham visto numa novela pedirem pizza de alchovas. Mas, quando explicamos que é um peixe, eles afirmaram com a maior certeza: vocês brasileiros são mesmo estranhos, onde já se viu comer pizza com peixe! E se limitaram a cantar "tira onda, tira onda (pa pa), tira onda, tira onda". Traduzindo: Olha a onda, olha a onda... Vou te contar, essa é a galera do avião, se liga agora nessa nova onda, sou pirata... (acho que é isso kkkkkkkk).
Aiaiai viu... Logo eu volto! Ah, mãe, te amo viu!!! hehehehe
(a foto é do banheiro do Pinguim, outro bar)



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Da janela!!!


COTIDIANO... (Poços)


EXCEPCIONAL... (Porto)

Ou será o contrário???

"Estar aberto ao mundo é entender as diferenças de pontos de vista"




Portugueses & Brasileiros

Portugueses, gente de língua difícil, que tem o ssshiado do carioca, o Ti e o Di do paulista, o Tu do gaucho e um quê de baiano... Gente que chama suas meninas de raparigas, seus meninos de putos, porém que não aceita ser chamada de moço (pois se sente ofendida e chega ao extremo de chamar as polícias). Povo que anda de métro, de áutobus, de caminhôneta, que não gosta de calçadas, mas que sempre dá preferência ao pedestre. Que, ao perceber que és brasileiro começa a cantar as melhores canções que exportamos, dos gêneros musicais mais agradáveis (pagode, funk, sertenejo...) E que, até mesmo, samba e toca cavaquinho! Gente que, ao contrário de mim, não se confunde com o horário quando o Sol sisma em buscar a Lua, deixando-nos à sua mercê até 9 horas da noite. Que conta dinheiro em cêntimos. Que adora uma piada de brasileiro e que ri-se toda quando nós, de língua brasileira, falamos os palavrões deles, de língua portuguesa! Que fala ora pois, pá, pronto... Porém, principalmente que, ao contrário do que dizem os de língua brasileira, são muito fish e gajos (legais e bonitos)!
Portugueses que
me acolheram com todo carinho e que estão a colocaire a minha vida nessa balança onde, de um lado temos o que é o COTIDIANO, seja meu ou deles, e do outro o EXCEPCIONAL, o inverso.